Como escolher um catálogo de numismática

Pergunta: Com relação aos catálogos de numismática existentes no mercado, como escolher um que atenda às minhas exigências e que se constitua num investimento que me dê condições reais e necessárias para uma boa e segura compra ou venda?
As respostas a esta e a outras perguntas, você irá encontrar nesse artigo, logo abaixo da introdução.

Introdução
Kurt Prober
O personagem ainda hoje considerado o criador da nossa numismática, é Julius Meili. Sua obra teria sido, inicialmente, dividida em quatro tomos, sendo o último dedicado às medalhas brasileiras. Dos três volumes concluídos pelo autor, o primeiro, As Moedas do Brasil Colônia (Die Munzen der Colonie Brasilien), foi publicado em 1897. Alguns anos mais tarde surgiu o catálogo Souza Lobo, engrandecendo a ainda escassa fonte de consulta da nossa história numária. Com o passar dos anos cresceu notavelmente o número de numismatas e, consequentemente, os acervos compostos de belos e raros exemplares. Foi na década de 1940 que começaram a surgir os primeiros trabalhos do numismatógrafo Kurt Prober, com destaque para o seu Manual de Numismática de 1944 e o Catálogo de Moedas Brasileiras de Prata publicado em 1947, fonte de consulta e referência até o início da década de 1970. 

Aos trabalhos já citados, somam-se os estudos de Saturnino de Pádua e de Álvaro de Salles Oliveira. Em 1955, Luiz Nogueira da Gama Filho publica o seu Catálogo de Moedas do Brasil, e em 1961 um valioso estudo sobre os Carimbos de Minas, com tiragem de apenas 300 exemplares, hoje muito raro.
Por um longo período, o Catálogo de Moedas de Prata de Kurt Prober foi, por assim dizer, o livro de cabeceira da maioria dos numismatas brasileiros que dispunham inclusive de um elenco de variantes dos 960 réis que consta dessa obra.

Catálogo Souza Lobo
Foi no início da década de 1970 que surgiu uma publicação especializada e direcionada a um restrito segmento dos colecionadores; o Catálogo Descritivo dos Patacões da Casa da Moeda da Bahia, de Renato Berbert de Castro, criando um sistema de classificação das diversas variantes de cunho dos 960 réis cunhados naquela casa. Em seguida, no ano de 1978, abordando o mesmo tema, Lupércio Gonçalves Ferreira lança seu primeiro volume do Catálogo Descritivo dos Patacões da Casa da Moeda do Rio de Janeiro, dedicado aos 960 réis do período colonial; em 1981 completa sua obra com o segundo volume, das variantes do Reino Unido e do Império, cunhadas na mesma Casa da Moeda. Em 1986 o mesmo autor ainda viria a publicar o Catálogo dos 960 réis da Casa da Moeda da Bahia, ampliando o número de variantes citadas na obra de Renato Berbert de Castro.

Destaque também para a obra de D. Amélia Machado de Coelho e Castro (Viscondessa de Cavalcanti), provavelmente a única mulher a dedicar-se ao estudo das nossas medalhas. Sua obra Catálogo das Medalhas Brazileiras e das Estrangeiras Referentes ao Brazil (hoje considerada raríssima) foi editada em Paris com tiragem única de 100 exemplares.

Estes foram os principais catálogos de moedas e medalhas brasileiras, publicados no Brasil até a década de 80. De lá para cá, com o desaparecimento e a não continuidade destas publicações didáticas, um imenso vácuo se criou na nossa numismática.

Catálogo Bentes de Moedas do Brasil - Catálogo didático-descritivo de moedas do Brasil, desde o seu descobrimento até os dias atuais, compreendendo os períodos correspondentes à Colônia, Reino Unido, Império e República. Contém todas as moedas metálicas circuladas em território nacional, dispostas por metais em ordem de grandeza decrescente e cronológica dos períodos e de seus respectivos soberanos e governantes. Contém descrição detalhada de todos os exemplares, incluindo todas as barras de ouro conhecidas; ensaiadores, peso, diâmetro, teor de metal, casa de cunhagem ou fundição, legendas de anverso e reverso, incluindo todas as variantes, ensaios e provas de cunho e seus preços de acordo com o mercado internacional. /// Didactic - descriptive Catalogue of Brazilian coins, from early years of Discovery to current date, including Colonial, United Kingdom, Imperial and Republican eras. Contains all the metallic coins that ran in national territory, arranged by metal in decreasing and chronological order of Kingdoms and their respective sovereigns and rulers. Contains detailed descriptions of all the specimens, including all the known gold bars; engravers, weight, diameter, fineness, mint house, obverse and reverse legends, including all the die varieties, patterns ad their prices according to the international market.

Mas voltando à nossa pergunta inicial: Com relação aos catálogos de numismática, como escolher um que atenda às minhas exigências e que se constitua num investimento que me dê condições reais e necessárias para uma boa e segura compra ou venda?

Para responder a esta pergunta, o numismata, inciante ou avançado, primeiramente deve estar atento às respostas dadas a outros questionamentos que possam, se não exaurir o assunto, pelo menos nos dar a certeza de que aquilo que pagamos, ao adquirir um catálogo, se demonstre como tendo sido um bom investimento, seguro, que nos dê o retorno desejado. Dessa forma, a melhor maneira de responder à pergunta inicial, seria esgotar outras questões relevantes, como as que se seguem:

1. O que é um catálogo?
Resp: Por definição, é uma lista ou relação periódica e metódica de coisas (objetos ou pessoas) com breve informação a seu respeito, resumida, mas suficiente para dar uma noção dos aspectos relevantes que as caracterizam.

2. O que se espera de um catálogo, em numismática?
Resp: Para se responder a esta pergunta, devemos levar em conta diversas variáveis. A primeira delas diz respeito ao enorme número de peças falsificadas, derramadas no mercado ultimamente, por pessoas mal intencionadas ou outras que não conhecem minimamente o assunto e fazem do colecionismo de moedas apenas uma espécie de “bico”, para aumentar a renda caseira.
Seja como for, quem compra, ou quem vende, deve ter em mãos as informações necessárias que lhe dê a devida garantia de não estar sendo enganado ou de não estar enganando, por falta de conhecimento. Para tanto, ao consultar um catálogo, além do preço do exemplar, obviamente, o comprador (principalmente) deveria estar em condições de saber que não está comprando “gato por lebre”. Informações como espessura, bordo (liso ou serrilhado), legenda de anverso e de reverso, reverso invertido, reverso a 90 graus, tipo de coroa (larga, estreita, pequena, média ou grande, 4 arcos, 5 arcos, com ou sem pedículos, etc) e, principalmente peso e diâmetro que na maioria dos casos são determinantes para diferenciar um falso de um autêntico, são essenciais para que o comprador não seja enganado.

Exemplo de como são dispostos os exemplares nas páginas do Catálogo Bentes de Moedas do Brasil. Informações como peso, diâmetro, reverso, legendas, tipo de bordo, se liso ou serrilhado, são algumas das informações essenciais a identificar uma moeda, e saber quando se trata de um falso. Estas informações só existem, atualmente, no Catálogo Bentes de Moedas do Brasil. Clique na imagem, para ampliar.

3. Agora tente imaginar a seguinte situação:  Você encontrou várias moedas ou cédulas, no baú fechado do seu avô, ou enterradas no fundo do quintal, com a ajuda de um metal detector?
Resp: Primeiramente, é necessário esclarecer que isso acontece, e não por poucas vezes. Quem é do ramo, conhece a história de como encontraram o 960 Réis 1809R, no meio de outras moedas, guardadas dentro de uma latinha, compradas por Alcides de Castro Santos, ou da barra de ouro do Império, encontrada por um menino, enterrada no quintal da sua casa no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro ou a história de um comerciante que encontrou mais de 30 moedas de 960 Réis 1832R, todas for de cunho, num cofre abandonado na casa que comprou. Para saber mais sobre essas histórias, aguarde a nossa futura publicação, a ser lançada ainda este ano, intitulada "Contos de Réis", de autoria de um dos diretores da Bentes.

Voltando à pergunta, o que você faria se encontrasse um lote de moedas que não conhece? Levaria em alguma numismática, para ouvir do comerciante que todo lote vale 500 reais, quando na verdade pode valer 20 ou 30 vezes mais?

4. E se a moeda que você encontrou for do tipo comum, mas com uma variante muito rara, que pode ser vendida pelo preço de um automóvel? Você não vai saber nunca, se consultar apenas as listas de preços que são vendidas no país. Precisa de um catálogo completo, que explique e mostre detalhadamente, com imagens, a diferença que pode significar muitos milhares de Reais no seu bolso. Nos Catálogos da Bentes, por exemplo, você encontra esses pormenores. É esse um dos motivos que tem irritado alguns comerciantes, acostumados a comprar moedas muito raras, a preço muito baixo. Antes dos Catálogos Bentes, ficava fácil pagar R$100,00 reais, por exemplo, numa moeda de “960 RÉIS com a legenda de reverso alternada”. Essa moeda vale muito, mas pouca gente sabe como identificá-la. No Catálogo Bentes de Moedas do Brasil, a explicação detalhada do que seja a “legenda alternada” está lá. Isso tem irritado tanta gente que chegam a entrar no nosso blog e no Mercado Livre, nos xingado e falando mal das nossas publicações. É óbvio, pois a facilidade de comprar raridades, a preço muito baixo, está chegando ao fim. Um comerciante, bastanet irritado, chegou a nos confidenciar em um Congresso: "Vocês prestaram um desserviço ao negócio de moedas, dando instrução para ignorantes".

E a coisa não parou por aí: Alguns bem mais aborrecidos, iniciaram uma cruzada contra os nossos catálogos, justamente porque mostramos aquilo que sempre escondiam (é notório que, no Brasil, os que possuem informações sobre as moedas, se omitem ou se negam a passar aos iniciantes, aquilo que faz a diferença) e que lhes permitia ganhar pequenas fortunas com a numismática. A confusão começou já com a primeira edição do catálogo, quando fomos interpelados por um ex-diretor de prestigiosa Sociedade, porque não incluímos no nosso catálogo, as obsidionais de prata de X, XX, XXX e XXXX soldos. 
A nossa resposta foi óbvia: Porque são falsas! Foram falsificadas, incialmente, na Bélgica, no século XIX e, continuadas no Rio de Janeiro, em 1937, fabricadas por um ourives espanhol, naturalizado, que tinha uma ourivesaria no número 8 da rua Sachet (atual Travessa do Ouvidor, onde hoje está instalada uma loja chamada Uncle K), no Rio de Janeiro.
A partir de então, não tivemos mais sossego! A coisa se agravou quando 3 comerciantes compraram uma grande quantidade de nossos catálogos e passaram a vendê-los, numa espécie de liquidação e por um preço menor do que haviam nos pagado (absurdo, não?... mas é verdade). Tudo na inútil tentativa de desmotivar o colecionador e queimar nossa publicação.

5. Um outro motivo: Acabamos com aquela conduta execrável de cotar as peças de acordo com o estoque dos comerciantes. O que isso significa? Durante décadas, consolidou-se entre os comerciantes, uma forma simples de se ganhar muito dinheiro com a numismática: Cotar a preço baixo o que é raro e elevar os preços das moedas comuns que possuem em grande quantidade, estocadas. Um exemplo: O "X réis" da Casa da Moeda de Lisboa, data 1805, com coroa alta e colar de 35 pérolas. Apesar de única, essa moeda aparece em quase todos os catálogos brasileiros, cotada como moeda comum (veja, a seguir, a foto de um exemplar com a data 1803, comum).
D. João P.R., sistema cúprico - Casa da Moeda de Lisboa, sem letra monetária, X réis 1803, coroa alta, perolagem variável entre 37 e 40 pérolas no colar, moeda relativamenet comum. A sua "irmã", com a data 1805 e mesams características, a exceção do colar que conta com 35 pérolas, é moeda R5, da mais alta raridade, provavelmente única, mas cotada como moeda comum em praticamenet todos os catálogod de moedas do Brasil.
Talvez, por esse motivo, você, agora, esteja entendendo porque não temos muitos comerciantes anunciando em nosso catálogo e, ainda, alguns tentando "queimar" nossas publicações. Não é do interesse deles que as pessoas conheçam promenores das moedas e nem o seu preço justo. Vejam mais este exemplo, a seguir:
960 RÉIS com a legenda de reverso alternada”. Essa moeda vale muito, mas pouca gente sabe como identificá-la. No Catálogo Bentes de Moedas do Brasil, a explicação detalhada do que seja a “legenda alternada” pode ser vista acima, como se apresenta em nosso catálogo.
Uma outra pergunta: E se o seu patacão, aparentemente comum, data 1815 do Rio de Janeiro, foi cunhado sobre moeda de prata americana? Você saberia como identificar ou, pelo menos, saberia que isso existe e que a diferença entre um patacão recunhado sobre um comum 8 reales e outro recunhado sobre base rara, pode significar uma diferença de milhares de dólares?
Pois bem! Um comerciante de São Paulo, em viagem de lua de mel com a esposa, encontrou numa pequena loja na França, uma moeda assim, cunhada sobre dollar de prata americano. Pagou 50 euros por ela e hoje não a vende por menos de U$ 35.000,00 (trinta e cinco mil dólares). Veja, agora, a diferença que faz um Catálogo como o Bentes. A seguir, como isto é explicado em nosso catálogo de moedas do Brasil:

Primeiramente, na página 368:

"4) COLEÇÃO DE RECUNHOS – Essa modalidade de colecionismo baseia-se na pesquisa da moeda sobre a qual o patacão foi recunhado. Em geral, os vestigios da moeda-base ficam, por vezes, imperceptiveis sob a cunhagem brasileira, dificultando sua identificação. 
Os conhecimentos necessários aqueles que desejam se dedicar a essa forma de colecionismo devem ser bastante amplos, devendo o colecionador estar capacitado a reconhecer , além das características dos cunhos dos patacões, os pormenores das moedas que serviram de base aos 960 réis, o que não é tão simples, pois não apenas os pesos espanhóis serviram de base à moeda brasileira. 
Por possuírem o mesmo tamanho, o mesmo peso (em torno de 27 gramas) e serem praticamente do mesmo teor de prata, peças oriundas de vários países europeus e até mesmo dólares americanos, dos quais são conhecidos pouquíssimos exemplares, serviram de base para a cunhagem dos 960 réis. 
Como a literatura especializada no assunto é muito escassa, o colecionador deve ter, além de uma boa dose de paciência, conhecimento e experiência, indispensáveis.
Esse tipo de colecionismo é indicado para numismatas mais avançados; mas sem dúvida, além de educar e instruir, proporciona momentos inesquecíveis de estudo e lazer, fornecendo àqueles que se dedicam a esta forma de colecionar, fontes quase inesgotáveis de pesquisa."

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Em seguida, na página 438, da atual edição (quinta), do catálogo Bentes:



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São conhecidos 4 exemplares de patacões recunhados sobre moeda americana de 1 dollar, todos do tipo Heraldic Eagle; um com a data 1810R, recunhado sobre Heraldic Eagle de 17?? (os últimos dois algarismos da data não são visíveis); um com a data 1815R sobre 1 dollar de 1798; um exemplar com data 1818R (figura abaixo) recunhado sobre dollar de 1799 e um outro recunhado sobre moeda americana de 1 dollar de 1798. Na figura, raríssimo recunho de 960 réis 1818R sobre moeda americana de 1 dollar 1799, do tipo Heraldic Eagle. Exemplar em estado de conservação soberbo, leiloado nos EUA em janeiro de 2010 por US$ 13.800,00. Imagem ampliada.


Anel de estrelas solto — O que vem a ser? Você sabe do que se trata? ... ou basta apenas saber o preço da moeda, sem nem saber do que se trata? Veja, a seguir, como essa variante aparece explicada no Catálogo Bentes:

Clique na imagem, para ampliar e ter melhor resolução.
Agora imagine o seguinte diálogo entre você, que encontrou em uma caixinha, um 960 réis 1810B, data relativamente comum, e o dono de uma loja numismática:

— Olá, bom dia!
— Bom dia, tudo bem? Deseja alguma coisa?
— Eu tenho uma moeda aqui que gostaria de vender.
— Ok! Posso ver?
— Sim, claro!

Nesse momento, você tira a moeda (960 réis 1810B) do bolso e mostra ao comerciante.

— É uma moeda relativamente comum. Tenho outras com a mesma data, bem mais bonitas e vendo por preços que variam entre 300 e 400 reais cada.

Nessa hora, o comerciante abre um álbum cheio de 960 réis, todos com a mesma data (1810B), com os preços impressos, bem visíveis e você fica olhando, já pensando em ganhar uns 300 reais, quem sabe!?

— São estes os preços que vendo essa moeda e variam de acordo com o grau de conservação. Minha margem de lucro, aqui na numismática, é de 20% (tem gente que acredita). Se quiser vender, posso te pagar, no máximo, nesse estado que ela está, meio caidinha, 100 reais.

— Poxa! Só 100 reais? Você falou em lucro de 20% e me oferece só 100 reais?

— Ok, a peça é sua. Quanto quer por ela? Mas vou logo dizendo que não pago muito mais do que já ofereci.

— Pelo menos uns 300 reais!

— De jeito nenhum! Tenho, nessa data, peças mais bonitas que vendo por esse preço. Fazemos assim: eu melhoro um pouco e você desce um pouco. Nem eu, nem você...150 reais.

— Poxa...pelo menos 250, vai!

— Não mesmo! Posso exagerar e te dar 200 para tentar ganhar uns 50 nela e, mesmo assim, se encontrar quem compre nesse estado.

— R$ 230,00 , vai!

— Não dá!

— R$ 210,00...são só 10 reais a mais...já paga a minha passagem.

— Ok! Não vamos "brigar" por causa de 10 reais. Fechado!

E você sai dali todo satisfeito e nunca vai saber que acabou de vender, para felicidade do comerciante, essa moeda da foto abaixo (clique na imagem, para amliar):
Figura: 960 réis da Casa da Moeda da Bahia, variante com a coroa de 640 réis, letra monetária B não visível. Moeda leiloada nos EUA (Heritage), em 2010, soberbo. Valor: US$ 10.350,00. A mesma variante, com a letra B visível, é moeda da mais alta raridade (um único exemplar conhecido da ex-coleção Fernando Brandão Correa).

Agora, veja, se você tivesse comprado um exemplar do Catálogo Bentes e lido (comprar e não ler, não adianat nada), entre as 800 páginas que escreveos, em um trabalho de mais de 5 anos, para evitar que alguns neófitos bisonhos, continuem a fazer a riqueza de algusn espertos.

Clique na imagem, para ampliar
Você poderia até tentar se justificar dizendo "mas isso é só uma raridade". Aí é que você se engana, pois só dos 960 réis, existem variantes que podem ter pasado pelas suas mãos e você nem se deu contar de que valiam uma pequena fortuna. Alguns outros exemplos (você saberia identificar essas moedas, sem a ajuda de um catálogo didático?): 
  • Suposta para São Paulo, recunhada sobre sol argentino
  • 960 réis 1813B, REGENES, ao invés de REGENS
  • 4ª variante do 960 réis 1811B
  • 960 réis 1815, reverso invertido
  • 960 réis, 1810 de Minas, sem a letra M (você sabe identificar quando é de Minas, sem ver a letra monetária?...sabe como se faz?...já imaginou vender uma moeda dessa por 100 reais?)
  • 960 réis recunhado sobre dollar
  • 640 réis, com a esfera laranja
  • Prova do real, com reverso invertido
  • 80 réis de cobre, recunhado sobre oeda de cober americana, etc, etc, etc

Todas estas explicações, você só encontra no Catálogo Bentes de Moedas do Brasil, vendido no Mercado Livre a só R$ 180,00 reais, parcelados em até 12 vezes iguais de R$ 15,00, sem juros e sem correção e ainda com o FRETE GRÁTIS.

E agora? Você vai se deixar enganar ou vender uma raridade a preço de “banana” só porque achou que o preço do Catálogo de Moedas (R$ 180,00, com frete grátis) é muito alto? Vai deixar de ter acesso a um voluem tremendo de informações, para economizar R$ 80,00 reais, comprando outro catálogo de preços, para depois descobrir que perdeu U$ 30.000,00 dólares por ter vendido a um comerciante esperto, um 960 réis recunhado sober dollar?

Talvez agora você entenda porque tem tanta gente interessada em queimar nosso catálogo, em nos desestimular, fazendo fofocas, dizendo que o catálogo não presta. Porque não veiculam publicidade em nosso catálogo. Porque não falam dele e, principalmente, porque até hoje, nenhuma Sociedade Numismática nos legou um prêmio pelo nosso exaustivo trabalho. Estranhamente, temos sidos premiados fora da nossa terra, por sociedades numismáticas estrangeiras que reconhecem o nosso trabalho.

Para finalizar: Talvez agora você entenda porque 3 comerciantes se reuniram e nos ofereceram R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) pelos direitos de publicação do nosso catálogo, o que significa que não poderíamos mais editar catálogos de moedas e nem de cédulas brasileiras, no Brasil ou no exterior. Aliás, a primeira proposta nem mesmo foi essa. No início, a proposta foi a de comprar toda edição do catálogo de Moedas e toda de Cédulas, a preço cheio (aquele praticado para o consumidor), mas para isso deveríamos assinar um contrato, nos comprometendo a não publicar outra edição, enquanto tivessem catálogos em estoque, para vender. Que interessante, não?

Nessa hora, você poderia perguntar: Mas todos os comerciantes agem dessa forma?
Resp: Certamente que não. Conhecemos alguns deles (são poucos, mas existem). Um deles, muito nosso amigo, um dos diretores da SNB, era incapaz de dizer a alguém que uma moeda rara, valia pouco, na tentativa de comprá-la por bem menos do que vale. Era um nosso grande amigo e com quem tínhamos um relacionamento excelente. O seu sucesso incomodava muita gente. Infelizmente, foi assassinado (executado), em circunstâncias misteriosas, no ano passado e até hoje ninguém descobriu porque.

Não se deixe enganar! Malandros e gente querendo ganhar em cima da ignorância alheia, é o que mais tem por aí.

Em tempo: As explicações aqui descritas, são as mesmas quando o assunto é Catálogo de Cédulas.