A alta do dólar e o preço das moedas de coleção.

Como se pode constatar, o Real, há algum tempo, vem experimentando uma notável desvalorização em relação ao Euro, a Esterlina e, principalmente o dólar, que tem muita infuência como regulador de preços das mercadorias no cenário internacional. Com o aumento de preço dos produtos importados, que são cotados em dólar e, com a subida da taxa de câmbio, as mercadorias se tornam mais caras em reais, principalmente devido à maior rentabilidade oferecida pelo mercado internacional aos exportadores brasileiros, o que termina, por consequência, influenciando o aumento dos preços internamente.

Os produtos encarecem para conseguir manter a mesma vantagem do mercado externo. Isso faz com que a inflação no Brasil tome impulso, influenciando praticamente todos os setores.

Os recentes impactos da desvalorização cambial estão longe de terminar. Alguns dos efeitos demoram a se manifestar nos índices de preços, mas cedo ou tarde isso acontece. Atualmente o dólar experimenta uma valorização global, o que influencia diretamente o preço das commodities (os metais, por exemplo).  É simples entender que com o aumento do preço das commodities (em Reais), os metais e ligas metálicas com as quais eram  — e em muitos casos, ainda são —  fabricadas as moedas de coleção, irão sofrer as consequência desse mercado regulador de preços. Some-se a isso, o atual interesse de numismatas e investidores estrangeiros que não se recusam a pagar, em dólares, o valor pedido por moedas brasileiras, nas numismáticas estrangeiras e nas mais prestigiosas casas de leilões no exterior.

No início, a tendência é um aumento dos preços no atacado, nos insumos e, posteriormente, no varejo. Em geral, o tempo de reação do mercado é de 3 a 6 meses, a partir da desvalorização acentuada da moeda, o que vem acontecendo com o Real, há algum tempo.

Outra consequência que pode ser observada em pouco tempo é o aumento dos preços de algumas mercadorias, já que muitos dos insumos usadso em sua produção são importados e cotados em moeda americana. Dessa forma, o consumidor comum começará a perceber aumento de preços em alguns setores da economia. E, dependendo de quanto o dólar subir, esse aumento de preços pode se generalizar, contribuindo para o aumento da inflação no Brasil.



Como se pode deduzir, essa inflação que começa afetando os produtos importados, acaba também contaminando os produtos fabricados internamente que, teoricamente (ênfase no "teoricamente") não precisariam estar com seus valores baseados na moeda dos Estados Unidos. Se os produtos são vendidos lá fora por um preço maior, o comerciante brasileiro (e aqui inclua-se o comerciante numismático) terminará aumentando o preço da sua mercadoria (a moeda de coleção). Desse modo, é simples entender que existe um círculo vicioso que empurra todos os preços para cima, independente de ter matéria prima e insumos dolarizados.

A produção de livros e catálogos é uma das mais afetadas, já que a maioria dos insumos da indústria gráfica, são dolarizados. De 3 anos para cá, a produção de livros no Brasil tem experimentado um aumento notável nos custos de produção e, consequentemente, no preço final ao consumidor.

Aline Valle, gerente de produção gráfica da Cosac, em recente pesquisa realizada, afirmou: “Optamos por imprimir alguns livros foar do país porque, em vários casos, aqui no Brasil, eles seriam completamente inviáveis. É o que ocorre com “Linha do tempo do design gráfico do Brasil” — prossegue. — Se tivesse sido impressa aqui, a edição custaria R$ 400.”