O Centro Cultural do Banco do Brasil

Centro Cultural do Banco do Brasil  - Em aproximadamente 25 anos de atuação, os CCBBs receberam mais de 74 milhões de visitantes, com a realização de 3.600 projetos e mais de 12.000 eventos, consolidando-se como um dos principais centros culturais no cenário cultural brasileiro e internacional. Clique aqui para ter acesso ao site do CCBB.

Em 2013, sob iniciativa do Governo, através do Ministério da Cultura (MinC) e com o apoio do Centro Cultural do Banco do Brasil, desembarcou no país a mostra "Mestres do Renascimento", a maior exposição do gênero realizada na América Latina, record de visitações.


Após a primeira etapa, realizada em São Paulo*, onde alcançou a cifra record de 317.000 visitantes, a mostra “Mestres do Renascimento” (em língua italiana, Maestri del Rinascimento), a maior exposição do gênero realizada na América Latina, seguiu o seu percurso, com destino à sua segunda etapa, em Brasília, onde foi inaugurada, no Centro Cultural do Banco do Brasil, a maior exposição sul-americana dedicada ao florescente período das artes que teve como berço a cidade de Firenze (Florença).
*O CCBB São Paulo ocupa o prédio construído em 1901 na Rua Álvares Penteado, 112, esquina com a Rua da Quitanda. Localizado no coração histórico da cidade, numa via hoje de pedestres, o edifício foi comprado em 1923 pelo Banco do Brasil. Em 1927, após uma reforma projetada pelo arquiteto Hippolyto Pujol, tornou-se o primeiro prédio próprio do Banco do Brasil na capital.
A construção foi inteiramente reformada para abrigar o CCBB São Paulo. Os elementos originais foram restaurados, mantendo assim as linhas que o tornam um dos mais significativos exemplos da arquitetura do início do século.
Inaugurado em 21 de abril de 2001, o CCBB São Paulo é a quinta instituição cultural mais visitada no País e a 69º no mundo, de acordo com o ranking da publicação inglesa The Art Newspaper (abril/2014).
O prédio possui área construída de 4.183 m2, ocupada integralmente pelas dependências do CCBB.

Informação retirada do site do CCBB (clique aqui para ter acesso ao site e conhecer toda programação cultural para o ano de 2016).

Instalado nessa capital, o evento contou com a presença das máximas autoridades brasileiras, entre elas a excelentíssima senhora Presidente da República Dilma Roussef.

A mostra, realizada durante o atual governo da presidente Dilma, era composta de 57 obras - muitas das quais nunca haviam deixado a Itália - dos grandes protagonistas daquele período único da história da arte italiana. Gênios do peso de Leonardo da Vinci, Raffaello, Tiziano, Botticelli, Paolo Veronese, Lorenzo Lotto, Giovanni Bellini, Michelangelo, Andrea Mantegna e tantos outros, estiveram presentes para o deleite dos brasileiros que faziam fila para apreciar as obras trazidas da Itália.

A exposição fez parte de uma política de promoção da arte e cultura italiana que, no Brasil, graças à louvável iniciativa do atual governo, já realizou outros eventos de altíssimo nível tais como a recente mostra do mestre Michelangelo Merisi (Caravaggio) e outra sobre os tesouros do Vaticano.

Para o embaixador italiano, Raffaele Trombetta, Mestres do Renascimento "resume e enfatiza o excelente estado das realizações ítalo-brasileiras, nos quais estamos avançando não somente no que diz respeito à cooperação em âmbito cultural, mas também em todos os setores das relações entre os dois países".

A mostra representou também um símbolo da ótima relação existente entre a Embaixada italiana e as instituições culturais brasileiras, neste caso particular, com o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). " - Estamos certos de prosseguir em colaboração com os nossos partners brasileiros, na intenção de trazer à apreciação do público desta grande nação, cada vez mais, o nosso imenso patrimônio cultural", comentou o embaixador da Itália, no Brasil.

Entre os grandes mestres, Leonardo foi bem representado com tela expressiva da sua genialidade, mas não de sua autoria. Leda com o Cisne  (imagem à direita) atribuído a escola Leonardiana. O original, realizado por Leonardo da Vinci, perdeu-se durante o século XVII. A obra, exibida na exposição "Mestres do Renascimento", não é de Leonardo e sim da escola do grande mestre, provavelmente obra de Francesco Melzi, seu aluno e discípulo. De Rinaldis conseguiu identificar nove reproduções, entre elas as melhores expostas na Galeria Borghese de Roma e na Uffizi de Firenze.  

Os curadores da mostra, Cristina Acidini e Alessandro Delpriori, dividiram as obras em seis núcleos, distribuídos entre os dois andares do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), na capital Brasília: Florença, Roma, Urbino, Milão, Ferrara e Veneza. O núcleo fiorentino exibiu ícones como o “Cristo benedicente” de Raffaello, e a “Morte di Lucrezia” de Giovanni Bazzi, conhecido como o ‘’Sodoma’’.

No núcleo romano, entre outras obras, um estudo arquitetônico realizado por Michelangelo e um trítico composto da ‘Ascensão’’, o ‘’Juízo Universal’’ e a ‘‘Pentecoste’’ de Fra Angélico. Giovanni Santi, Lorenzo Lotto, Paolo Veronese, Tiziano e Tintoretto estiveram presentes nos outros quatro núcleos: Urbino, Milão, Ferrara e Veneza, com as obras “Sagrada Família com uma Santa” de Andrea Mantegna, o “Retrato de Elisabeta Gonzaga” de Raffaello e a ‘’Anunciação’’, da escola de Sandro Botticelli, erroneamente descrita como sendo obra autêntica do grande mestre renascentista.   

Alguns perdoáveis equívocos da imprensa que divulgou o evento, tais como considerar obras de alunos e pupilos como sendo autênticas ou colocar Girolamo Mazzola, o Parmigianino, pintor maneirista, como pertencendo ao Renascimento, as considero toleráveis e normais entre os neófitos que, todavia, apreciam a arte dos grandes mestres, o que, por sí só, já demonstra que uma grande parcela dos brasileiros tem sede de cultura. Com o passar do tempo e devido as mais recentes decisões tomadas pelo governo brasileiro, com o apoio de prestigiosas instituições como o CCBB, no sentido de preservar a memória, espalhar a cultura e o gosto pelas artes, certamente irão colaborar para o enriquecimento e desenvolvimento cultural do país.


Na imagem acima, ‘‘Leda com o Cisne’’, escola leonardiana,  tela provavelmente de autoria de Francesco Melzi (Milão, 1491 – Vaprio d’Adda, 1570), aluno e discípulo de Leonardo. A obra pertence à Galleria degli Uffizi, em Florença, Itália.  Abaixo, à esquerda, cópia do original, um estudo realizado por Raffaello que confirma a existência da obra de Leonardo, perdida durante o século XVII. Masi abaixo, estudo de cabeça, realizado por Leonardo, datado 1505, preparatório para o original ‘‘Leda com o Cisne’’, perdido desde o século XVII. O estudo pertence ao acervo do Castello Sforzesco de Milão.



Na imagem acima, estudo de cabeça, este sim realizado por Leonardo, datado 1505, preparatório para o original ‘‘Leda com o Cisne’’, perdido desde o século XVII. O estudo pertence ao acervo do Castello Sforzesco de Milão.


AS ‘‘ MADALENAS’’ de TIZIANO

Recentemente foi descoberto que a obra ‘’Maddalena penitente’’ (à esquerda), inicialmente atribuída como sendo ‘‘da escola de Tiziano’’, foi realizada pelo grande mestre. Após um pequeno restauro e limpeza da tela, emergiu a assinatura do grande artista veneto que, em particular, nesta tela e em outras reproduções sobre o tema, representa a Santa com o busto desnudo, envolto apenas pelos seus longos e dourados cabelos, distribuídos pelos ombros como um xale.

Na época, devido ao sucesso do quadro, o mestre viu-se obrigado a criar diversas versões para satisfazer às muitas encomendas. Tratava-se de uma prática habitual, realizar diversas obras sobre o mesmo tema, praticamente copiando o original, mudando apenas um ou outro detalhe como se pode observar entre as duas telas, a primeira ao lado e a segunda, abaixo, hospedada na Galleria Palatina do Palazzo Pitti em Florença.

Na imagem acima, ‘‘Maddalena Penitente’’, realizada por Tiziano, datado 1533, conservada na ‘‘Galleria Palatina’’ do ‘‘Palazzo Pitti’’, em Florença. Após o Concilio di Trento (1545), foram impostas regras mais rígidas aos pintores, nas representações dos personagens do cristianismo. 
Após o Concílio di Trento, foram impostas regras mais rígidas aos pintores, obrigando-os a retratar as imagens dos personagens cristãos com mais decoro. Destarte, Tiziano criou uma segunda versão de Madalena, todavia não renunciando aos longos cabelos dourados, mas escondendo seus seios ateriormente nus, como se pode ver nas duas telas da ‘’Galleria Palatina’’ e naquela da Pinacoteca Ambrosiana de Milão.

Madalena com o busto coberto (imagem a seguir) também foi realizada em diversas versões, sendo considerada a melhor delas, a que se encontra no Museu de Capodimonte, em Nápoles e que foi escolhida para a mostra Mestres do Renascimento, exibida no Brasil. 

Acima, uma des versões de Madalena com o busto coberto, realizada pelo grande mestre Tiziano, conservada no Museu de Capodimonte, em Nápoles, e atualmente integrando a mostra Mestres do Renascimento, atualmente exposta no Brasil.



Na imagem, a seguir, à esquerda, estátua, em madeira, de São João Batista, obra pertencente ao acervo do Museu Cívico de Casale Monferrato, é mais uma das 57 obras exibidas durante a mostra "Os Mestres do Renascimento".

"É a primeira vez que uma obra de arte do Museo Cívico de Casale Monferrato foi pedida em empréstimo para uma mostra além-mar", afirmou com orgulho a assessora cultural, Giuliana Romano Bussola, confirmando ulteriormente a importância e o valor do patrimônio artístico do Museo Cívico.
"É a demonstração de como a arte possa servir de fundamental veículo do conhecimento e valorização da história italiana em todo o mundo", continuou.

A escultura, considerada uma cópia antiga do original de Donatello, realizada para a Igreja dei Frari de Veneza, chegou ao seu atual destino graças a D. Cesare Falaguerra (doação confirmada pelos seus herdeiros).

Já conhecida pela crítica de arte e por diversos estudiosos e pesquisadores do assunto, a estátua esteve presente na mostra "Os Mestres do Renascimento" de importância internacional, expoente das artes e cultura na divulgação do saber e do conhecimento para o mundo.

Abaixo, o Renascimento recordado nas cunhagens da Casa da Moeda italiana.


Na sequência, a maior parte das obras exibidas na mostra Mestres do Renascimento, exibida no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília.