Rembrandt van Rijn
Fealdade, deformidade, barbarismo. Uma horda de rústicos e toscos tagarelas mastigando. Rebeldes cruéis, untados como guerreiros, retratados em sua infâmia. A alta burguesia holandesa não o perdoou por isso.
Arruinado, deposto, desprezado, despido de sua fortuna e de seus sonhos, desceu até os confins da miséria humana. Assaltado por dívidas, menosprezado, humilhado e abandonado, o homem que libertou a luz, retirou-se para o fim.
Arruinado, deposto, desprezado, despido de sua fortuna e de seus sonhos, desceu até os confins da miséria humana. Assaltado por dívidas, menosprezado, humilhado e abandonado, o homem que libertou a luz, retirou-se para o fim.
Considerado por diversos críticos como um dos maiores gênios da humanidade, Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em Leida, em 1606. Sua inestimável contribuição à arte surgiu durante o período, denominado pelos historiadores, como o Século de Ouro dos Países Baixos. Foi nessa época que a influência política, a ciência, o comércio e a cultura neerlandesa — particularmente a pintura — atingiram seu ápice.
Tanto na pintura como na gravura, expôs um conhecimento completo da iconografia clássica, que ele mesmo moldou para se adequar às exigências da sua própria experiência.
Assista, a seguir, ao documentário da BBC sobre esse extraordinário artista. Assista e entenda como era o mundo dominado pelos holandeses na época em que a GWC aterrorizava os mares e desembarcava no nordeste do Brasil, onde permaneceram até serem expulsos pelos portugueses auxiliados por uma trupe de donos de engenhos que deslumbravam a possibilidade de não honrar com suas dívidas, caso os holandeses fossem expulsos do território. A possibilidade de dar um calote nos empréstimos que contrairam com a GWC para a produção açucareira gerou uma guerra e uma situação emergencial que criou a condição para que fossem cunhadas na Colônia, as primeiras moedas genuinamente brasileiras.
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Rembrandt e a burguesia holandesa
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Rembrandt e a burguesia holandesa
O lucrativo comércio travado entre Portugal e as Províncias Holandesas sofreu grandes prejuízos graças à União Ibérica e às guerras de Filipe II, que acabaram atingindo Portugal.
Com a sua independência, a Holanda viu-se forçada a rever o seu comércio, reorganizando-o conforme as novas regras agora impostas. Surgiu assim, em 1602, a sua primeira companhia comercial, a Vereenigde Geoctoyeerde Oostindische Compagnie ou Companhia das Índias Orientais, uma Sociedade Anônima que mobilizava investimentos, inicialmente em âmbito nacional e, seguidamente, também naquele internacional. Era uma companhia privilegiada, isenta de impostos, chegando mesmo a suprir o papel colonial do próprio Estado, algo muito avançado para a época. Os lucros obtidos pela companhia na Ásia eram imensos, e deixavam cada vez mais ricos os seus acionistas, com os títulos da Companhia cada vez mais valorizados e procurados. Com tanto poder financeiro, não demorou para que o monopólio ibérico fosse quebrado nas Índias e Oriente, e os Holandeses começassem a conquistar colônias e monopólios comerciais que antes eram da Coroa Portuguesa (Málaca e Ceilão, por exemplo).
Em apenas 12 anos (1609-1621) a Holanda cresceu muito economicamente. A burguesia mercante havia acumulado fortunas incalculáveis, os negócios fluiam num mercado florescente, uma grande quantidade de mercadorias desembarcava no porto holandês com destino a diversos países europeus. Seda finíssima, e sobretudo tabaco e açucar eram os produtos mais comercializados nas tratativas nesse crescente mercado. As famílias holandesas experimentavam um luxo nunca antes experimentado; jóias, rendas finíssimas, peles caríssimas e quadros, muitos quadros para perpetuar esse momento de fartura.
O genial pintor Rembrandt van Rijn recebia encomendas diariamente para retratar famílias inteiras e seus patriarcas, agora ricos homens de negócios.
Figura: Domínio holandês no Brasil - XII Florins de ouro, moeda contemporânea de Rembrandt, cunhada pelos holandeses, em solo brasileiro, durante a ocupação.
Rembrandt, um gênio que conheceu a miséria...atingiu o apogeu de sua fama como grande retratista de ricas famílias, para em seguida retornar à miséria. Por haver ousado desafiar a rica burguesia de sua época, o genial artista pagou um preço absurdamente alto.
Seja como for, todos se foram, mas somente a genialidade de Rembrandt será recordada.